Mariana Coelho
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Mariana Coelho | |
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Professora Mariana Coelho | |
Nome completo | Mariana Teixeira Coelho |
Nascimento | 1857 ou em 1872 Distrito de Vila Real, Portugal |
Morte | 1954 (97 anos) Curitiba |
Nacionalidade | Portuguesa e brasileira |
Ocupação | Professora |
Prêmios | Medalha de Ouro e Medalha de Prata, na Exposição Nacional de 1908, no Rio de Janeiro. |
Mariana Coelho (Distrito de Vila Real, Portugal, 10 de setembro de 1857 ou 1872[1] Curitiba, 29 de novembro de 1954)[2][3] foi educadora, escritora, ensaísta,[4] poetisa,[5] jornalista e uma das pioneiras do feminismo no Brasil.[6] Naturalizou-se brasileira em 1939.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Juventude e ascendência
[editar | editar código-fonte]Nascida Mariana Teixeira Coelho, era filha do farmacêutico Manoel Antônio Ribeiro Coelho e de Maria do Carmo Teixeira Coelho, irmã dos literatos Professor Carlos Alberto Teixeira Coelho e do Capitão Thomaz Alberto Teixeira Coelho.[7] Mariana Coelho tinha fortes relações com a região do Distrito de Vila Real, tendo vivido parte de sua vida, na Quinta de Valcovo, na região de Vila Real.[8] Mariana Coelho, pela família do avô materno, era descendente do Fidalgo Antônio Correia de Barros da Mesquita Pimentel,[9] Senhor da Casa da Capela de Nossa Senhora da Conceição de Sabrosa,[8][10] sendo este descendente de Afonso Botelho, 1º Alcaide-mór de Vila Real.[9]
Imigração para o Brasil
[editar | editar código-fonte]Imigrou para o Brasil em 1892, fixando-se em Curitiba.[11] Em 1902, fundou, em Curitiba, o Colégio Santos Dumont (1902-1917), onde lecionou e foi diretora por mais de quinze anos. A instituição foi premiada com Medalha de Ouro na Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil de 1908, no Rio de Janeiro,[1] tendo sido visitada por Santos Dumont, em 1916, quando de passagem pelo Estado do Paraná.
Posteriormente, em Curitiba, foi diretora da Escola Profissional República Argentina[12][2] - atual Centro Estadual de Capacitação em Artes Guido Viaro.
Em 1902, participou da fundação da Loja Maçônica Filhas de Acácia n. 0767, em Curitiba, como oradora, ao lado da Baronesa do Serro Azul, viúva do Barão do Serro Azul. Na ocasião, pronunciou seu consagrado Discurso.[13]
Em 1908, publicou o O Paraná Mental, com proêmio de Rocha Pombo, obra que recebeu Medalha de Prata na Exposição Nacional Comemorativa do 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil, em 1908.
Em 1911, participou do 3o. Congresso de Geografia do Estado do Paraná: era a única mulher a figurar entre os representantes do Paraná.[14] Proferiu, ao final, discurso muito aplaudido.[15]
Atuação como feminista
[editar | editar código-fonte]Sua atuação como feminista já se revela no século XIX,[16] sendo sua obra de maior destaque a Evolução do Feminismo: um "trabalho que tem de ficar em nossa história literária", na opinião de Rocha Pombo.[17]
Integrou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, participando dos congressos feministas de 1922, 1933 e 1936.[2] Foi colaboradora do jornal feminista O Corymbo.[18]
Foi associada e influenciou a criação do Centro Paranaense Feminino de Cultura,[19] em Curitiba, em 1933, com a publicação de sua obra "Evolução do Feminismo", tendo proferido palestra intitulada "Um Brado de Revolta contra a Morte Violenta[20]
É patrona da cadeira n. 30 da Academia Paranaense de Poesia e da cadeira n. 28 da Academia Feminina de Letras do Paraná.
Foi membro[21] do Instituto Neo-Pitagórico,[22] fundado por Dario Persiano de Castro Vellozo.
Em estudo sobre o feminismo no Brasil, em especial no Paraná, Zahidé Muzart caracterizou Mariana Coelho como a "Beauvoir tupiniquim", referindo-se à francesa Simone de Beauvoir.[23]
Em 1939, naturalizou-se brasileira.[24]
Lista de obras
[editar | editar código-fonte]Com destaque para A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história, Mariana Coelho é autora de:[25]
- Discurso, 1902;
- O Paraná Mental, 1908. Obra com proêmio de Rocha Pombo. Reeditado pela Imprensa Oficial do Paraná em 2002;
- A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história, 1933. Reeditado pela Imprensa Oficial do Paraná em 2002;
- Um Brado de Revolta contra a Morte Violenta, 1935;
- Linguagem 1937;
- Cambiantes: contos e fantasias, 1940; e
- Palestras Educativas, 1956. Obra póstuma publicada pelo Centro de Letras do Panará.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Educação e Participação Política: a visão de formação feminina de Mariana Coelho (1893-1940). http://www.ppge.ufpr.br/teses/M10_Alexandra%20Padilha%20Boeno.pdf
- ↑ a b c Dicionário Mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2000, p. 418.
- ↑ .Dicionário Mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. http://books.google.com.br/books?id=5GmWs7KHLycC&pg=PA418&lpg=PA418&dq=escritora+mariana+coelho&source=bl&ots=hN2OJzAqN1&sig=JpTyoZLvteg2kRnbcbPVsIt-zG8&hl=pt#v=onepage&q=mariana%20coelho&f=false
- ↑ HOLANDA, Heloisa Buarque de, Ensaístas Brasileiras. Rio de Janeiro; Rocco, 1993, p. 226.
- ↑ Centro Paranaense Feminino de Cultura Um Século de Poesia. Curitiba: Imprensa Oficial do Estado do Paraná, 1953, pp. 145-148.
- ↑ KAMITA,Rosana Cássia, Resgates e Ressonâncias: Mariana Coelho, Florianópolis, Ed. Mulheres, 2005.
- ↑ COELHO, Mariana, A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história . Organização Zahidé Lupinacci Muzart. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002, pp. 11-18.
- ↑ a b Ribeiro, Leonardo Soares Madeira Iorio (2015). Mariana Coelho: a educadora-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris. pp. 12–17
- ↑ a b Teixeira, Júlio A. (1990). Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu Termo - vol. 1. Lisboa: Imprensa Artística. 57 páginas
- ↑ Diniz, Aires Antunes (2015). Mariana Coelho: uma educadora feminista luso-brasileira. Porto: Penagrafica. pp. 28–29
- ↑ COELHO, Mariana. O Paraná Mental. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002.
- ↑ Subsídios para a sua história: as ideias feministas de Mariana Coelho nas primeiras décadas do século XX. http://www.historia.ufpr.br/monografias/2006/1_sem_2006/larissa_selhorst_seixas.pdf
- ↑ «Museu Maçônico Paranaense-Discuso de Regularização da Loja de Adoção Filhas de Acácia.»
- ↑ coelho&pasta=ano 191 «A República, 04/09/1911, n. 208, p. 2.» Verifique valor
|url=
(ajuda) - ↑ coelho&pasta=ano 191 «A República, 18/09/1911, n. 219, p. 2.» Verifique valor
|url=
(ajuda) - ↑ coelho&pasta=ano 190 «Breviário, agosto de 1900, n. 01, pp. 7-8.» Verifique valor
|url=
(ajuda) - ↑ COELHO, Mariana, A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002, p. 25
- ↑ Bonilha, Caroline Leal. Corymbo: memória e representação feminina através das páginas de um periódico literário entre 1930 e 1944 no Rio Grande do Sul. Mestrado. UFPEL, 2010, p. 85
- ↑ «Centro Paranaense Feminino de Cultura.». Arquivado do original em 18 de dezembro de 2014
- ↑ BRITTO, Teresa Teixeira de. et al.Mulheres criando para curar. Curitiba: Gramofone, 2011, pp. 17 a 21.
- ↑ coelho&pasta=ano 197 «Diário do Paraná, 26/11/1972, n. 5217, p. 33.» Verifique valor
|url=
(ajuda) - ↑ «Instituto Neo-Pitagórico.»
- ↑ Feminismo e literatura no Brasil. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142003000300010#back22
- ↑ «Diário Oficial da União, 31/08/1939, Seção 1, pág. 20972.»
- ↑ COELHO, Mariana, A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história. Organização Zahidé Lupinacci Muzart. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002, p. 19
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BESSE, Susan K. Modernizando a Desigualdade: reestruturação da ideologia de gênero no Brasil 1914-1940. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999, pp. 173, 188, 198, 270, 278, 312.
- COELHO, Mariana, A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história. Organização Zahidé Lupinacci Muzart. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002.
- COELHO, Mariana. O Paraná Mental. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002.
- Dicionário Mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2000, p. 418.
- DINIZ, Aires Antunes. Mariana Coelho: uma educadora feminista luso-brasileira”. Porto, Penagráfica, 2015.
- HOLANDA, Heloisa Buarque de, Ensaístas Brasileiras. Rio de Janeiro; Rocco, 1993. p. 226.
- KAMITA, Rosana Cássia, Resgates e Ressonâncias: Mariana Coelho. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2005.
- MATOS, Maria Izilda et al. Deslocamentos e Histórias: os portugueses. Bauru: EDUSC, 2008, p. 276-278.
- Páginas Escolhidas - Literatura vol. II. Curitiba: Assembleia Legislativa do Paraná, 2003, p. 189.
- RIBEIRO, Leonardo Soares Madeira Iorio. Mariana Coelho: a educadora-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015.
- ROCHA POMBO, José Francisco, O Paraná no Centenário 1500-1900. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1980, p. 133.
- SILVA, Jacicarla Souza da. Vozes femininas na poesia latino-americana. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. p.46.
- SINA, Amalia. Mulher e trabalho: o desafio de conciliar diferentes papéis na sociedade. São Paulo: Saraiva, 2005, pp. 45-46.
- TEIXEIRA, Níncia Cecília Ribas Borges, Escritas de mulheres e a (des)construção do cânone literário na pós-modernidade : cenas paranaenses. Guarapuava: UNICENTRO, 2008, p. 69.
- VECHIA, Ariclê et al. (org). A escola secundária: modelos e planos (Brasil, séculos XIX e XX). São Paulo: Annablume, 2003, pp. 215 e 236.
- Centro Paranaense Feminino de Cultura Um Século de Poesia. Curitiba: Imprensa Oficial do Estado do Paraná, 1953, pp. 145-148.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Dicionário Mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade
- Revista de Estudos Feministas
- A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história
- História(s) do feminismo ou o feminismo na história?
- Subsídios para a sua história: as ideias feministas de Mariana Coelho nas primeiras décadas do século XX
- Educação e Participação Política: a visão de formação feminina de Mariana Coelho (1893-1940)
- Feminismo e Literatura no Brasil.